He estado pensando en qué hacer con ese blog. Dentro de poco cumplirá dos años y medio – mucho más tiempo de lo que me había imagino cuando empecé – y me pregunto, ¿hasta cuando?
No es que no me apetezca escribir, me gusta, me apasiona y nunca me da pereza. Pero a veces me pregunto si no sería mejor escribir en portugués para expresarme mejor, cambiar de público y claro, dejar de maltratar al castellano.
Mientras meditaba sobre eso me puse a mirar el historial de mi blog. Cuanta cosa ha pasado! Cuantos viajes, cuantas alegrías, tristezas, relaciones que nacieron y se murieron, amores que no funcionaran, conciertos, risa – todo aquí contado de manera abierta – a veces creo que me enseñé demasiado y me gustaría tener un blog 100% anónimo para que nadie sepa realmente lo que me pasa por la cabeza, o mejor, para que sepan que pasa por la cabeza, pero que no se sepa de quién es esa cabeza medio enfermiza :-).
Todavía no me he decidido. Me falta valor para cerrar esa etapa. Y tampoco fue buena idea ver posts antiguos porque encontré algunos que realmente me gustan y que me daría mucha pena abandonarlos en el ciberespacio.
Vendrá. O no. Tardará o no. Mientras tanto os dejo con uno de los posts que me gustaron, que pese a los errores gramaticales me gustaron mucho escribir.
Quero oír la canción del adiós
blanca y sola como la luna misma
alta, como las horas que se han cansado de esperar
y no han visto que la ciudad tenía luz
mientras la noche pasaba
Canta la canción del adiós,
la que se tarda en aprender siempre que hay duda
como tus palabras que no podían ser
como el silencio
y estas ganas de no volver a casa
Cántamela y déjame partir
que sea tu voz la que me lleve de la mano
hasta estos años,
hasta los sueños,
donde realmente es lo mismo
si hace frío o calor.
24 junio 2008
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4 comentarios:
Si haces eso que estás pensando no te lo perdonare jamás ¡Ni te atrevas!
No tenemos por quñe ir cerrando todas las etapas. De hecho la más larga de todas, la propia vida, dura desde el principio hasta el final de nuestros días.
¿Por qué terminar con algo que te hace un bien importante y a la vez es sencillo? ¿Por qué abandonarnos así?
Jo, no nos merecemos eso... :(
Un abrazo.
Ojala no lo hagas. Un dia me tropece con tu blog y desde entonces, leo casi todo lo que escribes, sin tener idea quien eres tu y sin poder definir realmente porque lo hago. Tengo 69 años, trabajo tiempo completo, estoy siempre muy ocupado pero de alguna manera siempre vuelvo a tu blog.
Jairo
Há metafísica bastante em não pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei lá o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas?
Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
E não pensar. É correr as cortinas
Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
O único mistério é haver quem pense no mistério.
Quem está ao sol e fecha os olhos,
Começa a não saber o que é o sol
E a pensar muitas cousas cheias de calor.
Mas abre os olhos e vê o sol,
E já não pode pensar em nada,
Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
De todos os filósofos e de todos os poetas.
A luz do sol não sabe o que faz
E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
A nós, que não sabemos dar por elas.
Mas que melhor metafísica que a delas,
Que é a de não saber para que vivem
Nem saber que o não sabem?
"Constituição íntima das cousas"...
"Sentido íntimo do Universo"...
Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
É como pensar em razões e fins
Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas
É acrescentado, como pensar na saúde
Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas
É elas não terem sentido íntimo nenhum.
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?).
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.
(Alberto Caeiro)
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